25 de ago. de 2008

A Múmia: Tumba do imperador Dragão

Sinopse: Condenado pela amargurada feiticeira Zi Yuan a passar a eternidade imóvel, o impiedoso Imperador Dragão da China e seus 10 mil guerreiros ficaram esquecidos por Eras, sepultados em argila como um vasto e silencioso exército de terracota. Mas, ao desenterrar o soberano, o jovem aventureiro e arqueólogo Alex O’Connell precisa buscar a ajuda das únicas pessoas que sabem mais do que ele sobre derrotar mortos-vivos: seus pais. Quando o imperador volta à vida, a família O’Connell descobre que a busca do soberano pela dominação mundial se intensificou ao longo do tempo.
Comentários: Hum, minha nota seria 5 para o filme. O filme poderia ser chamado de filme meia boca, um filme bom, mas que fez com que seus pecados fossem cruéis. A história do filme é interessantíssima, tinha tudo para ser espetacular, eu até sai satisfeita da sala de cinema, mas houveram alguns detalhes que mataram, aquilo o que era pra ser uma super produção. O filme foi muito clichê, a história seguiu o mesmo ritmo dos outros dois filme anteriores, então ficou uma mesmice sem precedentes, aliás, parecia uma reprodução d’O Retorno da Múmia. Depois veio um detalhe dos mais marcantes, não havia química entre Rick e sua esposa (Maria Bello),  o erro que matou de vez o filme: Rachel Weisz. Nada contra a atriz que fez o papel da Evelyn, mas é que ela deixou a personagem sem sal, a química com o Fraser não rolava de jeito algum. Eu passei pelo menos dois terços do filme tentando imaginar a Rachel no filme, o que chega a ser chato! Acho que esse foi o principal erro, porque ela tinha um carisma irreparável, sem contar o terror que é ver um filme que é continuação de um outro, e que se troca o ator que fazia o personagem. Na minha opinião, o filme poderia até ter sido clichê como foi, se Rachel Weisz estivesse no elenco. No geral, o filme é bom, mas é só para passar tempo, não da para sair recomendando para Deus e o mundo ver.
P.S.: Não estou bajulando a Rachel não, é que realmente a sua ausência foi sentida no filme.

9 de ago. de 2008

Eu sei, mas não devia - Mariana Colasanti


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta, de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Se perde de si mesma.Eu sei que a gente se acostuma …MAS NÃO DEVIA ! !

2 de ago. de 2008

Primeiros Erros

Meu caminho é cada manhã
Não procure saber onde estou
Meu destino não é de ninguém
E eu não deixo
Os meus passos no chão
Se você não entende, não vê
Se não me vê, não entende...
Não procure saber onde estou
Se o meu jeito te surpreende
Se o meu corpo virasse sol
Se minha mente virasse sol
Mas só chove e chove
Chove e chove...
Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove e chove
Chove e chove...[2x]
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria
Mas só chove e chove
Chove e chove
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove e chove
Chove e chove...
~*~*~*~*~*~
Não sei por que, mas essa música de uma forma ou de outra sempre me marcou. Ela possui uma letra tão simples, porém tão reveladora. Simples e complexa, ela é um verdadeiro paradoxo. Ela é completamente aprazível de se ouvir, independente de qual seja a situação...